A Itaúsa afirmou, em teleconferência de resultados, que a reforma tributária poderia acabar com sua ineficiência fiscal. Essa ineficiência provém dos impostos que a holding paga ao receber proventos das suas investidas, especialmente o Itaú, e soma entre R$ 500 e R$ 550 milhões por ano.
“Nosso entendimento é que, na reforma tributária, os juros sobre capital próprio [JCP] não seria tributados pelo IBS/CBS. Então nossa ineficiência fiscal tenderia a acabar no momento em que o PIS/Cofins for extinto, o que está previsto para 2026”, comentou Priscila Greco, vice-presidente financeira da Itaúsa. Ela deixou claro, no entanto, que é preciso esperar para ver o que de fato será aprovado pelo Congresso.
O CEO da companhia, Alfredo Setubal, comentou que a Itaúsa ainda tem um desconto de 21,1% em relação a sua participação no Itaú e outras investidas, e que talvez o fim da ineficiência tributária ajude a reduzir esse desconto. No geral, ele afirmou que o momento da companhia é bom e que a maioria das investidas está performando acima do que foi orçado para este ano.
Priscila apontou ainda que esse desconto de 21,1% considera o valor dos investimentos feitos na companhias do portfólio, para aquelas de capital fechado. Se isso fosse corrigido pelo desempenho dessas empresas, esse desconto da Itaúsa seria cerca de 3 pontos percentuais maior.
Sobre o cenário macroeconômico, ele apontou que existem desafios, mas que o segundo semestre tende a ser melhor que o primeiro e o PIB deve ficar entre 2% e 2,5% este ano. Segundo Setubal, os juros no Brasil devem continuar elevados e, com a economia não tão aquecida, dificilmente a Itaúsa fará novos investimentos significativos.
“Com os juros de 10,5%, para fazermos um investimento novo, tem que colocar mais 3 pontos percentuais de ‘custo Brasil’, e mais uns 3 pp de risco do negócio que estamos comprando. Então é necessário um retorno nominal de 16%, 17%, o que não é fácil de encontrar”, afirmou. “Continuamos com a área de M&A ativa, buscando alternativas no mercado, mas com poucas expectativas de encontrar algum negócio que justifique o risco”.