As bombas nucleares e todos os seus terrores foram apresentados ao mundo no final da Segunda Guerra Mundial. No entanto, as mortes por causa desse armamento não acabaram depois do seu fim. Com a Guerra Fria surgindo, as grandes potências continuaram a investir em armas nucleares e dois físicos acabaram morrendo durante esse processo, por causa do núcleo demoníaco.
Por ter sido projetado para ser o núcleo de uma bomba, o núcleo demoníaco poderia facilmente aumentar a radioatividade e se tornar supercrítico, que é quando a fissão nuclear se inicia, e sua taxa aumenta. Assim, qualquer ação que pudesse aumentar sua reatividade, como a compressão da esfera de plutônio, deveria ser cuidadosamente monitorada.
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Mesmo com todo esse perigo, os cientistas continuaram a realizar estudos com o núcleo demoníaco. O objetivo era usar refletores de nêutrons para experimentar os limites da supercriticalidade. Esses refletores são utilizados para refletir os nêutrons de volta para o orbe nuclear e aumentar a quantidade de fissão nuclear.
Segundo o IFLScience primeiro acidente com o núcleo demoníaco aconteceu em 1945, enquanto o físico Harry Daghlian estava sozinho em seu laboratório e deixou cair sem querer no núcleo um tijolo de carboneto de tungstênio reflexivo. Isso desencadeou a supercriticalidade e liberou uma enorme quantidade de radiação de nêutrons. Menos de 3 semanas depois do acidente, o cientista morreu em consequência dos problemas causados pela forte radiação.
Mesmo com esse acidente, alguns pesquisadores seguiram fazendo experimentos com núcleo demoníaco. Alguns tomavam cuidado, e usavam espaçadores entre a orbe e os refletores. No entanto, esse método necessita de mais tempo, então Louis Slotin desenvolveu uma técnica diferente, onde o núcleo e os refletores eram separados por uma chave de fenda, e como era de se imaginar, o resultado também foi fatal.
Em 21 de maio de 1946, Slotin estava demonstrando seu experimento para várias pessoas quando um pequeno escorregão da sua chave de fenda permitiu que o refletor tocasse a esfera e desencadeasse a supercriticalidade. Um flash de luz azul e um calor intenso surgiram do núcleo demoníaco, atingindo o físico e alguns dos espectadores. Apesar de Slotin interromper rapidamente a reação, o estrago já estava feito.
O físico morreu nove dias depois da exposição a radiação. Alvin Graves que estava muito próximo do cientista, também recebeu uma grande quantidade de radiação, mas sobreviveu por mais 20 anos. Os outros espectadores foram pouco expostos, porque a posição corporal de Slotin os protegeu.
Depois desse segundo acidente, a esfera de plutônio radioativo foi apelidada de núcleo demoníaco.