O avanço da dengue em Campinas (SP) faz com que algumas regiões apresentem incidência de casos até 23 vezes maior que a taxa que indica epidemia da doença, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Para efeito de comparação, acima de 300 casos para cada 100 mil habitantes é um índice considerado alto por especialistas.
Já quem o recorte é o número total de casos, a região do Centro de Saúde do Jardim Eulina é a que concentra o maior número de moradores infectados, com 1.199.
De acordo com o painel de monitoramento de arboviroses, da prefeitura de Campinas, a incidência na metrópole é de 2.747,9 para cada 100 mil habitantes.
Campinas contabiliza 33.525 casos de dengue até esta sexta-feira (29). O número desde janeiro já é o maior da história do município para um 1º trimestre, de acordo com o Departamento de Vigilância Epidemiológica (Devisa).
A cidade vive a terceira maior epidemia da série histórica, que começou a ser contabilizada desde 1998. Até agora, quatro pessoas já morreram pela doença este ano. No último sábado (23), a metrópole havia superado os números de 2019, quando foram 26.341 confirmações. Veja detalhes:
A pressão na rede pública de saúde fez Campinas anunciar, na semana anterior, ampliação do horário de funcionamento de postos aos finais de semana para atender casos suspeitos de dengue. A medida serve para desafogar os hospitais e unidades de pronto atendimentos municipais.
Serão 10 unidades funcionando aos sábados, com períodos específicos para receber sintomáticos da doença, além de um centro de saúde aberto aos domingos – veja relação abaixo.
Postos abertos neste sábado (30)
Neste sábado (30), Campinas realiza o 9º mutirão contra a dengue realizado pela prefeitura. A mobilização vai percorrer imóveis de dez regiões:
No início de março, a Prefeitura de Campinas decretou estado de emergência para dengue. A medida permite a adoção de ações necessárias à contenção do aumento de casos com maior flexibilidade, ou seja, sem necessidade de licitação.
Entre as ações, estão direcionamento de recursos financeiros e agilidade na compra de insumos, soro e materiais para nebulização, além de pagamento de horas extras e eventual contratação de efetivo para reforçar a assistência.
Em fevereiro a cidade já havia anunciado mudanças nos protocolos de atendimento. Desde então, a orientação é de que pacientes com febre busquem atendimento no centro de saúde mais próximo.
Antes, a recomendação da prefeitura era que os moradores procurassem atendimento médico quando o paciente apresentasse febre e mais dois sintomas associados, como dor de cabeça, dor no corpo, náusea, vômito, manchas no corpo, dor articular e dor atrás dos olhos.
LEIA MAIS:
Já os pacientes que, além da febre, apresentarem tontura, dor abdominal intensa, vômitos frequentes, suor frio e sangramentos devem recorrer a um pronto-socorro ou Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
Pela primeira vez na história, circulam três sorotipos simultâneos na cidade: 1, 2 e 3. A Secretaria de Saúde destaca que os moradores não devem subestimar os sintomas.
🌡️ A dengue causa febre alta e repentina, dores no corpo, manchas vermelhas na pele, vômito e diarreia, resultando em desidratação. Veja algumas das medidas de prevenção:
Veja mais notícias da região no g1 Campinas