O presidente do Equador, Daniel Noboa, decidiu nesta quinta-feira (7)
estender por mais 30 dias o estado de exceção que vigora em todo o país desde
janeiro, diante da onda de violência que havia sido provocada por organizações
criminosas ligadas ao narcotráfico.
O estado de exceção permite ao governo mobilizar as Forças Armadas para
apoiar a Polícia, especialmente na segurança das prisões, que foram declaradas
como “zonas de segurança”. Além disso, suspende direitos fundamentais como a
inviolabilidade do domicílio, da reunião e do trânsito durante as noites,
mediante um toque de recolher.
A medida foi adotada após uma série de atentados e ações violentas das
facções criminosas que operam no país, que culminaram na invasão de um canal de
televisão por um grupo armado e em motins simultâneos em diferentes presídios,
com fugas e sequestros de agentes penitenciários.
O governo de Noboa, que assumiu o poder em 2023, decidiu adotar uma política
de “mão dura” contra o crime organizado, que controlava as prisões do país e o
tráfico de drogas local. O Equador se tornou um dos países mais violentos da
América Latina em 2023, com 45 homicídios por cada 100 mil habitantes.
Segundo o governo, nos primeiros 60 dias do estado de exceção, cerca de 11 mil pessoas foram presas, mais de 64 toneladas de drogas foram apreendidas e diversas armas e veículos usados por criminosos foram retidos.