A motivação, diz Freixo, “pode passar pela Câmara de Vereadores, pode passar por interesse de milícia, que é muito presente no Poder Legislativo no Rio de Janeiro. A milícia nasce no Palácio, não na prisão, como as facções”.
Para ele, é essencial investigar quem impediu que o caso andasse.
“O que aconteceu com a investigação enquanto esteve nas mãos do governo do Rio? Por que cinco delegados diferentes passaram pelo caso em cinco anos? Quem comando da polícia do Rio queria proteger? Essa investigação vai chegar a quem ajudou a não investigar? Isso é importante para que a gente possa ir fundo nesse buraco que se desnudou no Rio de Janeiro em cima do caso Marielle”, diz Freixo.
Amizade e trabalho
Durante três anos, Freixo deu aula para a hoje ministra Anielle Franco (Igualdade Racial), irmã de Marielle. A vereadora o conheceu na formatura da irmã, mas eles se aproximaram em 2005. Freixo participava de um debate com o diretor José Padilha sobre o documentário “Ônibus 174”, que trata do sequestro de um ônibus em 2002 no Rio de Janeiro.
“O fato da Marielle ter virado uma disputa ideológica nas redes sociais é muito assustador. Estou falando de alguém com quem eu convivi muito, trabalhou dez anos ao meu lado. Imaginar que uma pessoa como ela é assassinada brutalmente e isso vira guerra ideológica, é muito desumanizador”, diz Freixo.