Os investidores estrangeiros aportaram R$ 425,5 milhões em recursos no segmento secundário da B3 (ações já listadas) em 20 de março. Nesse dia, agentes econômicos consideraram que as falas do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Jerome Powell, em entrevista coletiva após a decisão de política monetária americana foram relativamente suaves e afastaram cenários mais pessimistas, consolidando a visão de que a instituição deve iniciar o ciclo de cortes de juros na reunião de junho.
Entretanto, na mesma data, após o fechamento dos mercados, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) divulgou um comunicado mais cauteloso, indicando apenas que faria um novo corte de 0,50 ponto porcentual na taxa Selic e sem dar sinalizações para as reuniões seguintes, o que fez parte do mercado revisar para cima as estimativas para os juros ao fim do ciclo de flexibilização monetária e pesou negativamente sobre o Ibovespa ontem.
Mesmo com os aportes expressivos em 20 de março, os estrangeiros continuam com saídas líquidas da bolsa brasileira em março e em 2024. A categoria registrou déficit mensal de R$ 3,84 bilhões, enquanto o déficit anual foi a R$ 21,19 bilhões, conforme as informações divulgadas nesta sexta-feira pela B3.
Já o investidor institucional sacou R$ 184,8 milhões no dia 20. Com isso, o superávit mensal do grupo totaliza R$ 1,14 bilhão, enquanto o superávit anual alcançou R$ 1,47 bilhão. E o investidor individual retirou R$ 289,9 milhões no mesmo dia, levando o superávit em março a R$ 3,44 bilhões e o saldo positivo em 2024 para R$ 11,37 bilhões.