Os brasileiros estão (um pouco) mais felizes – essa foi a constatação do World Happiness Report de 2024, estudo anual que classifica a felicidade global em 143 nações ao redor do mundo. Em comparação com o ano passado, o Brasil subiu cinco posições e foi do 49º ao 44º lugar.
Supervisionado pela Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável da ONU, o relatório é lançado todos os anos em homenagem ao Dia Internacional da Felicidade, comemorado sempre em 20 de março. Ele é baseado em dados da Gallup World Poll e em análises dos maiores especialistas em bem-estar do mundo.
O principal critério do ranking é a avaliação da vida da metodologia “Escada de Cantril”, onde os mais de 100 mil entrevistados classificam sua vida atual em uma escala de 0 a 10 – sendo 10 a melhor vida possível e 0 a pior –, explica Luis Gallardo, fundador e presidente da World Happiness Foundation. Também são levados em consideração fatores como apoio social, renda, saúde, liberdade, generosidade e ausência de corrupção, que ajudam a explicar a diferença entre as nações.
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Entre as mudanças mais significativas na edição, essa é a primeira vez que os Estados Unidos não estão no top 20 desde que o relatório começou a ser publicado, em 2012. O país norte-americano caiu do 15º para o 23º lugar em 2024, impulsionado por uma grande queda no bem-estar dos americanos com menos de 30 anos. Diferentemente dos 10 primeiros colocados, o top 20 teve estreantes em relação ao ano passado, como Costa Rica (12º) e Kuwait (13º).
Em ascensão, Sérvia (37º) e Bulgária (81º) tiveram os maiores aumentos nas pontuações médias de avaliação da vida: desde 2013, os dois países avançaram 69 e 63 posições, respectivamente.
Já o Afeganistão continua na parte inferior do ranking geral, como a nação “mais infeliz” do mundo.
“O relatório é feito para pesquisadores, cientistas e professores. A ideia é que ele norteie gestores públicos e privados sobre como eles devem conduzir os seus cidadãos, colaboradores e estudantes. O grande desafio é conseguir lê-lo e transformá-lo em ações práticas”, analisa Rodrigo de Aquino, especialista em felicidade e bem-estar e fundador do Instituto Dignamente, que usa diariamente esses resultados no seu trabalho.
Pela primeira vez, o World Happiness Report também reuniu classificações separadas por faixa etária – com resultados bem diferentes do ranking geral. Entre as crianças e jovens com menos de 30 anos, a Lituânia lidera a lista; já a Dinamarca é o país mais feliz do mundo para aqueles com 60 anos ou mais.
Essa diferença fica bem clara com o Brasil: o país ocupa a 60ª posição no ranking abaixo dos 30 anos de idade, enquanto está em 37º entre a faixa etária acima dos 60.
Na comparação entre gerações, aqueles nascidos antes de 1965 são, em média, mais felizes do que aqueles nascidos depois de 1980. Entre os millennials, a avaliação da própria vida diminui a cada ano de idade, enquanto os boomers têm mais satisfação com a idade.
Globalmente, os jovens de 15 a 24 anos relatam maior satisfação com a vida do que os adultos mais velhos, mas essa lacuna está se estreitando em algumas regiões desde 2019. “Documentamos quedas desconcertantes especialmente na América do Norte e na Europa Ocidental. Pensar que, em algumas partes do mundo, as crianças já estão experimentando o equivalente a uma crise de meia-idade exige ação política imediata”, afirma Jan-Emmanuel De Neve, diretor do Centro de Pesquisa de Bem-Estar de Oxford e editor do relatório.
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Veja a seguir os 20 países mais (e os menos) felizes do mundo em 2024:
- Finlândia
- Dinamarca
- Islândia
- Suécia
- Israel
- Holanda
- Noruega
- Luxemburgo
- Suíça
- Austrália
- Nova Zelândia
- Costa Rica
- Kuwait
- Áustria
- Canadá
- Bélgica
- Irlanda
- República Tcheca
- Lituânia
- Reino Unido
- Afeganistão
- Líbano
- Lesoto
- Serra Leoa
- Congo
- Zimbábue
- Botsuana
- Malawi
- Essuatíni
- Zâmbia
- Iêmen
- Comores
- Tanzânia
- Etiópia
- Bangladesh
- Sri Lanka
- Egito
- Índia
- Jordânia
- Togo