Um grupo de investidores focados em sustentabilidade pediu aos reguladores de mercado nos EUA que neguem à JBS permissão para negociar ações em Nova York devido a alegações de que a gigante brasileira da carne não comunica adequadamente seu impacto ambiental.
O plano de listagem da JBS na bolsa de Nova York — que a companhia vê como um passo fundamental para acessar capital para aquisições nos EUA — foi anunciado há mais de um ano, e a decisão da SEC ainda está pendente. A proposta foi recebida com entusiasmo pelos acionistas da empresa e oposição feroz de grupos ambientais e congressistas.
“A JBS tem um longo antecedente de enganar investidores em seus comunicados corporativos ao exagerar seu histórico ambiental e minimizar riscos ambientais”, diz a carta de 8 de setembro à SEC divulgada nesta quarta-feira. O grupo inclui 18 investidores e organizações com cerca de US$ 22 bilhões em ativos sob gestão.
A JBS afirmou que a alegação de que não tem divulgado adequadamente suas emissões indiretas “é patentemente falsa”. A empresa tem relatado há anos dados abrangentes sobre suas emissões de acordo com padrões da indústria reconhecidos globalmente, e trabalha ativamente com parceiros, incluindo fazendeiros, para identificar maneiras de reduzir as emissões, disse a companhia em nota.
A produtora de carne acrescentou que, desde o ano passado, está sujeita aos requisitos de informação da SEC e das leis de mercado dos EUA.
A empresa firmou o compromisso de reduzir as emissões líquidas de gases de efeito estufa a zero até 2040, dependendo de vários fatores fora de seu controle, como mudanças na legislação e novas tecnologias. A JBS também se comprometeu a eliminar o desmatamento ilegal de sua cadeia de suprimentos no Brasil — incluindo os fornecedores dos fazendeiros dos quais compra gado — até 2025.
Um porta-voz da SEC não quis comentar.