A Justiça de São Paulo suspendeu a inauguração do sistema de “ônibus aquático” prevista para esta quarta-feira (27) na zona sul da capital paulista. Batizado de Aquático São Paulo, o projeto prevê a ligação de bairros dessa região da cidade ao terminal Santo Amaro.
A decisão judicial atendeu pedido do Ministério Público sobre a necessidade da gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) elaborar mais estudos sobre o impacto ambiental do projeto na represa Billings.
O início das operações foi anunciado pelo prefeito no último dia 7. Duas embarcações com capacidade para 60 passageiros cada iriam fazer o percurso que liga os bairros Cantinho do Céu, na região do Grajaú, e Parque Mar Paulista, em Pedreira.
O percurso de 17,5 quilômetros demora, atualmente, cerca de 1h20 e demanda duas viagens em linhas de ônibus diferentes.
Na decisão, o juiz Antonio Augusto Galvão de França, da 4ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça de São Paulo, afirmou que “não se afigura razoável que tal implantação seja feita de forma precipitada, sem as cautelas necessárias para evitar potenciais danos a um dos principais reservatórios de água do Estado de São Paulo”.
Procurada, a gestão Nunes afirmou que o transporte hidroviário irá beneficiar milhares de pessoas. “O novo sistema está previsto em lei de autoria do prefeito Ricardo Nunes, quando vereador, foi elaborado junto a FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo)”, informou em nota. Cabe recurso.
O sistema será atendido pelos terminais hidroviários Parque Mar Paulista e Parque Linear Cantinho do Céu. Parte da população da zona sul é contrária ao projeto por causa das desapropriações necessárias à implantação da infraestrutura.