O leilão de privatização da geradora de energia Emae ocorrerá dia 19 de abril e poderá movimentar ao menos 779,8 milhões de reais, com base no preço mínimo estabelecido pelo governo de São Paulo para as ações que o Estado quer vender.
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O processo é uma oportunidade para grandes empresas de geração de energia ampliarem seus portfólios com ativos já operacionais, em um momento de maior dificuldade para viabilização de empreendimentos “greenfield” no Brasil.
O edital do leilão estabeleceu um valor mínimo de 52,85 reais por ação, segundo publicação do governo do Estado de São Paulo.
A operação, que marcará a primeira grande privatização do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), envolve a alienação da participação do Estado na Emae em lote com 14.755.255 ações, sendo 14.704.274 ações ordinárias e 50.981 preferenciais.
Vencerá a disputa quem pagar o maior preço pelo lote único de ações da companhia, que é a última estatal paulista do setor de energia.
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Uma das companhias que vem estudando o leilão é a Auren Energia, que é dona das hidrelétricas da antiga estatal paulista Cesp e está capitalizada para buscar crescimento. A Auren, no entanto, tem pesado essa oportunidade em relação a outras potenciais aquisições que podem se mostrar mais interessantes, relatou uma fonte próxima à companhia.
Outra empresa que avalia o certame é a Âmbar, do grupo J&F, em um movimento que poderia levar à diversificação das operações da empresa, hoje focada principalmente na geração termelétrica. A Âmbar está também avaliando outros processos envolvendo ativos hídricos e não tem decisão fechada sobre participar do leilão da Emae, disse uma fonte com conhecimento do assunto.
Procuradas, Âmbar disse que não comenta, enquanto a Auren Energia esclareceu que não comenta rumores sobre eventuais processos de fusões e aquisições.
O edital também prevê a realização de uma oferta aos empregados da Emae de ações representativas de 10% do capital da companhia, também ao preço de 52,85 reais por ação. A entrega das propostas está marcada para o dia 15 de abril, enquanto a sessão pública para abertura dos envelopes ocorrerá dia 19, às 14h, na B3.
A Emae opera um sistema hidráulico e gerador de energia elétrica entre a região metropolitana de São Paulo, baixada santista e médio Tietê. O principal ativo da empresa é a usina hidrelétrica de Henry Borden, com 889 megawatts (MW) de potência, que fica no pé da Serra do Mar e foi inaugurada na década de 1920.
O portfólio da empresa inclui mais três hidrelétricas de menor porte, que junto com Henry Borden somam 960,8 MW, e uma termelétrica de 472 MW arrendada para a Baixada Santista Energia (BSE), subsidiária integral da Petrobras.
Segundo dados do governo paulista, a Emae tem um patrimônio líquido de 1,16 bilhão de reais e valor de mercado de 2,3 bilhões de reais.
O Estado de São Paulo detém 97,6% das ações ordinárias da Emae, ou 39,0% do capital total. Outro acionista importante é a Eletrobras, com 64,8% das ações preferenciais da empresa, e também 39% do capital total. Não há direito de preferência da Eletrobras para aquisição das ações da Emae.