O presidente francês, Emmanuel Macron, visitará o Brasil na próxima semana com o objetivo de estreitar as relações bilaterais entre os dois países, em meio ao estranhamento recente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por posições antagônicas sobre o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul.
Ao contrário das visitas tradicionais de outros chefes de Estado, em que o visitante é recebido pelo presidente apenas em Brasília (DF), Lula irá acompanhar Macron em Belém (PA), na primeira parte da visita, e no Rio de Janeiro (RJ), no segundo dia, antes da visita de Estado na capital federal.
Macron, que antes de chegar na terça-feira ao Brasil passará pela Guiana Francesa, deverá visitar com Lula uma unidade de conservação no Pará e uma comunidade ribeirinha na capital do Pará, que será sede da COP 30 em 2025. Existe ainda a possibilidade de encontro com lideranças indígenas, e fontes ouvidas pela Reuters disseram que boa parte da agenda no estado ainda está em aberto.
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Depois, os dois presidentes irão ao porto de Itaguaí (RJ), para o lançamento do terceiro submarino fruto de uma cooperação técnica entre França e Brasil, e a visita terminará em Brasília, onde Macron será recebido por Lula no Palácio do Planalto, para a visita de Estado, e depois haverá um almoço no Itamaraty. À tarde, o francês será recebido pelo presidente do Senado (e do Congresso), Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Lula e o presidente francês desenvolveram um relacionamento amigável ainda antes da eleição presidencial brasileira, quando em 2021 Lula foi recebido com honras de chefe de Estado por Macron, durante visita a Paris.
Macron foi um dos primeiros chefes de Estado a telefonar para Lula, depois de confirmado o resultado das eleições, e chegou a prometer uma visita ainda no primeiro trimestre de 2023 — o que não ocorreu por problemas de agenda.
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Recentemente, no entanto, houve divergências públicas de posições entre os dois presidentes, especialmente em relação ao acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. Acossado pela pressão de produtores rurais franceses, Macron declarou publicamente ser contrário ao acordo, e a França vem sendo um impeditivo para a retomada das negociações.
A visita, no entanto, deve focar na relação bilateral, segundo uma fonte ouvida pela Reuters.