A mudança nos cenários do mercado para a trajetória da taxa Selic, que dominou os negócios ontem e causou disparada nos juros futuros com vencimentos mais curtos, continua no foco de hoje. A entrevista coletiva do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, marcada para as 14h15 (de Brasília) será acompanhada atentamente e pode causar nova movimentação expressiva nos ativos locais.
Caso o dirigente mantenha hoje o tom considerado conservador e reforce a cautela do mercado, os juros futuros podem ter novo dia de alta, especialmente na ponta curta da curva a termo, o real pode ganhar força e a parcela da bolsa composta por papéis sensíveis aos juros tende a sofrer. No entanto, se ele moderar o discurso, o dia pode ser de alívio nos mercados. O leilão tradicional do Tesouro, previsto para as 11h de hoje, também pode ter algum efeito sobre a curva de juros.
A agenda econômica internacional é mais esvaziada hoje, com destaque para as falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) e para os pedidos de seguro-desemprego nos EUA durante a semana. A trajetória dos juros americanos também é incerta, em razão dos sinais de atividade ainda forte no país – nas últimas semanas, e o mercado tem precificado uma postura mais conservadora do Fed. Durante a manhã, o rendimento dos Treasuries rondava a estabilidade, assim como o índice DXY.
Entre as commodities, o minério de ferro teve novo dia de alta expressiva na bolsa de Dalian, avançando 3,1%. As ações de mineradoras e siderúrgicas, portanto, podem dar algum apoio ao Ibovespa, que caiu nas seis sessões mais recentes.