A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou, nesta segunda-feira (30), que antecipou sua volta ao Brasil devido à “crise climática severa que estamos vivendo”. Na última semana, a ministra esteve em Nova York, na Climate Week, onde também ocorreu a reunião da ONU.
A ministra também disse que mais de 75% do que é produzido na América do Sul dependem das chuvas da Floresta Amazônica. Ela citou números do Fórum Econômico Mundial, para afirmar que cerca de 50% do PIB mundial dependem “muito ou moderadamente” da natureza e que, na América do Sul, esse valor se supera.
Marina declarou, ainda, que a “obviedade é o ponto cego que nos impede de enxergar que precisamos agir”. Ela frisou que a natureza precisa estar no centro das nossas prioridades.
Sobre ponto de não retorno
Segundo a ministra, “suprimir conscientemente aquilo que não queremos ver” é humano, mas “não podemos mais continuar fazendo essa supressão, porque é óbvio que a natureza é a base, o ponto de partida e o lugar de retorno de tudo. Se isso é verdade, por que ela não está no centro das nossas prioridades, como está o sistema financeiro?”, questionou.
Marina enfatizou que é necessário um “sistema prudencial” para impedir que se chegue a um ponto de não retorno. A ministra defendeu o desenvolvimento de um lastro da natureza que não possa ser ultrapassado, sob o risco de colapsar a vida.
“Precisamos criar um disruptivo sistema de regulação prudencial que nos permita garantir a sucessividade da vida. Isso demanda nosso mais ousado investimento”, disse Marina.
A ministra defendeu ainda a criação de um Acordo de Basileia 4, que possa criar as condições para balizar os riscos de destruição da biodiversidade. O Acordo de Basileia é um conjunto de recomendações para instituições financeiras que atuam internacionalmente para reduzir o risco de crédito.