O ouro se aproximou de um novo recorde, em meio a apostas crescentes de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode realizar três cortes de juros até o fim do ano e de que o ex-presidente Donald Trump vencerá a eleição presidencial nos EUA.
O ouro já subiu quase 20% este ano, impulsionado pelas expectativas de cortes do Fed e pelas compras de bancos centrais. A busca por segurança em meio às tensões geopolíticas também puxa a alta.
“O otimismo em relação aos cortes de juros nos EUA, com mais dados econômicos que justificam uma virada do Fed, dá sustentação ao ouro”, disse Ewa Manthey, estrategista de commodities do ING. “O ouro deve manter essa dinâmica positiva no atual cenário geopolítico e macroeconômico global, enquanto a demanda dos bancos centrais deve crescer.”
Na segunda-feira, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que dados recentes deram maior confiança de que a inflação caminha para a meta de 2% do banco central americano.
As apostas em três cortes do Fed este ano também ganharam força depois que o Goldman Sachs disse que as condições já estão maduras para uma flexibilização, com um “argumento sólido” para uma redução no final de julho.
Enquanto isso, a candidatura de Trump ganha impulso após a tentativa de assassinato fracassada no fim de semana.
Uma nova presidência de Trump pode ter impactos positivos e negativos sobre o ouro, disse Giovanni Staunovo, analista de commodities do UBS. Seus cortes de impostos apoiariam alocações em ações e limitariam cortes mais rápidos de juros, disse ele.
Por outro lado, os cortes de impostos deteriorariam o quadro fiscal dos EUA, fazendo de ativos como o ouro um refúgio de segurança mais atrativo do que o dólar, acrescentou.