Uma perícia realizada pela Polícia Científica de Mato Grosso do Sul confirmou que a sucuri Ana Júlia encontrada morta e boiando por guias turísticos no rio Formoso, em Bonito, morreu de causas naturais. Inicialmente, a informação divulgada foi de que a serpente teria sido morta a tiros.
Os levantamentos iniciais do trabalho foram realizados na segunda-feira (25) e já descartavam a existência de perfurações por tiros ou qualquer outro objeto na cobra.
O perito criminal Emerson Lopes dos Reis, diretor do Instituto de Criminalística de Mato Grosso, diz que três peritos foram até Bonito (MS), município em que a cobra foi encontrada em estado de decomposição, para examinar a sucuri.
“Nós enviamos uma equipe de peritos para Bonito, após um acionamento da delegacia, durante a última segunda-feira. A equipe averiguou a suspeita de que o animal teria sido morto por tiros. A médica realizou um exame in loco. O nosso grande objetivo era verificar se havia alguma perfuração de projétil de arma de fogo. Durante o exame, não foi observado esse tipo de lesão”, explica.
A perícia também realizou procedimentos cirúrgicos no corpo do animal para uma análise mais detalhada e algumas hemorragias internas foram encontradas, porém, devido ao avançado estado de decomposição da sucuri, não foi possível precisar a existência ou não de alguma doença.
Segundo o biólogo Henrique Abrahão Charles, especialista em serpentes e autor de um mestrado sobre sucuris, a cobra morta, que foi batizada como Ana Julia, era o maior exemplar da espécie já registrado no mundo. O animal era bastante conhecido na região e já chegou a ser retratado em documentários.
*Sob supervisão de André Rigue