A Petrobras anunciou que seu Conselho de Administração aprovou nesta quinta-feira (7) o envio à Assembleia Geral Ordinária (AGO), marcada para 25 de abril de 2024, da proposta de distribuição de dividendos no valor de R$ 14,2 bilhões.
Caso essa proposta seja aprovada pela AGO, considerando os dividendos antecipados pela empresa ao longo do exercício e ajustados pela taxa Selic, os dividendos totais do exercício de 2023 chegarão a R$ 72,4 bilhões.
A empresa informou que os dividendos propostos já incluem o valor das ações recompradas no quarto trimestre de 2023, totalizando R$ 2,7 bilhões, e a correção pela taxa Selic sobre as antecipações de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) relativos ao ano de 2023, no montante de R$ 1,1 bilhão.
Após a distribuição dos dividendos e a formação de reservas legais e estatutárias, o lucro remanescente do exercício é de R$ 43,9 bilhões, segundo a Petrobras. O Conselho propôs que esse montante seja totalmente destinado à reserva de remuneração do capital, com o objetivo de garantir recursos para o pagamento de dividendos, juros sobre o capital próprio, suas antecipações e recompras de ações.
Em 2022, a estatal distribuiu R$ 222,6 bilhões em dividendos. O pagamento de dividendos era uma das principais preocupações dos analistas antes da divulgação do balanço financeiro da empresa para 2023.
Bancos como Citi e Goldman Sachs projetavam dividendos ordinários entre US$ 7 bilhões e US$ 8 bilhões. A Petrobras costuma distribuir 45% do fluxo de caixa livre a seus acionistas.
Na semana passada, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou em entrevista à agência Bloomberg que a empresa deve ser mais cautelosa na distribuição de dividendos bilionários, à medida que busca se tornar uma potência em energia renovável e mobilizar mais recursos para investimentos. Essas declarações fizeram as ações da empresa caírem mais de 5% em um único dia. A Petrobras então emitiu um comunicado esclarecendo que não havia decisão tomada sobre o assunto.
Em relação aos dividendos extraordinários, o Itaú BBA estimava que a estatal tinha espaço para distribuir entre US$ 4,7 bilhões e US$ 8,6 bilhões. No entanto, segundo fontes, a Petrobras planejava alocar cerca de metade dos dividendos extraordinários para a “reserva estatutária”, visando garantir a sustentabilidade econômica da empresa e potencialmente aumentar os investimentos em fontes renováveis.