A pandemia da Covid-19 deu uma esculhambada no ciclo das infecções virais que são nossas velhas conhecidas, como a gripe (influenza) e a dengue. Os infectologistas chegaram a nomear a situação como o “pandemônio das viroses”.
Em geral, as viroses apareciam de modo mais intenso em determinadas épocas, e o calendário das vacinas era feito de acordo com essa sazonalidade. A Covid-19 virou isso de cabeça para baixo.
Além de uma mudança nos picos da incidência, ficaram mais comuns os casos de coinfecção: quando uma pessoa pega gripe e dengue ao mesmo tempo, podendo até contrair Covid-19, em um caso raro, mas possível, de tripla infecção.
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É o que está acontecendo neste momento em que o Brasil vive um surto de dengue e o início da época da gripe ao mesmo tempo. A campanha nacional de vacinação contra a gripe foi antecipada e já começou na maioria dos estados brasileiros, concomitantemente a da dengue nos 16 estados com maior número de casos.
Como saber que estou com gripe e dengue
No caso da dengue, o sinal de alarme é a febre alta, geralmente acima dos 38,5ºC, dor nas articulações intensas e atrás dos olhos, manchas avermelhadas pelo corpo, fadiga intensa.
No caso da gripe, além da febre, sintomas típicos incluem coriza, dor de garganta, dor abdominal, diarreia, vômito, prostração e tosse.
Tratamento da coinfecção
O jeito de saber se você está com uma coinfecção é fazendo os testes para identificar o tipo de vírus: se é o da dengue, de influenza ou ainda da Covid-19. Para cada um, há tratamentos específicos e medicamentos que devem ser evitados.
No caso da dengue, por exemplo, devem ser evitados os remédios a base de corticoides, os anti-inflamatórios e o ácido acetilsalicílico (aspirina). Analgésicos como o paracetamol são recomendados para controlar a febre e o mal-estar em casos de dengue e vírus respiratórios.
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Existem ainda o Tamiflu para o caso do vírus influenza, e o Paxlovid, para casos de Covid-19 leve, distribuído pelo SUS para imunodeprimidos e idosos acima dos 65 para evitar que o quadro se agrave.