Na última sexta-feira, 12, o ex-jogador da seleção brasileira de vôlei, Tande, de 54 anos, sofreu um infarto. Tande deu a notícia em suas redes sociais neste domingo, 15, e contou que houve um entupimento de 98% em uma de suas veias do coração. O ex-jogador contou que pratica atividades físicas, mas assumiu que descuidou da saúde nos últimos quatro anos, e não estava se alimentando tão bem.
Tande ainda alertou sobre os possíveis sinais de infarto, que, no seu caso, foram palpitações, falta de ar e desconforto na mandíbula e nos ouvidos. Apesar do susto, o ex-jogador diz que na próxima semana já estará de volta às suas atividades de rotina.
De acordo com o Ministério da Saúde, o infarto é a principal causa de óbito no Brasil, sendo que cinco a cada sete eventos são fatais.
O que é um infarto?
Também chamado de ataque cardíaco, o infarto agudo do miocárdio (nome oficial do problema) é causado pela morte de células do coração, que param de receber o fluxo normal de sangue.
Quais os fatores de risco?
Os principais fatores de risco para o quadro, de acordo com o Ministério da Saúde, são: tabagismo, sedentarismo, alimentação ruim, colesterol alto e estresse. Vale destacar que pessoas com diabetes e hipertensão têm de duas a quatro vezes mais chances de sofrer um infarto, segundo a pasta.
Ter um passado esportivo faz diferença nos casos de infarto?
Não necessariamente. O cardiologista Bernardo Noya de Abreu, do Hospital do Coração (Hcor), explica que apesar de a prática de atividade física regular ser uma importante ferramenta de prevenção contra doenças cardiovasculares, como o infarto, ela não elimina o risco de passar por esse susto – especialmente quando se trata de uma rotina que ficou no passado.
“Atletas não são imunes a infartos. No período em que praticam a atividade física regularmente, eles realmente têm um menor risco de enfrentar essa situação, já que há menos chance de ganharem peso e, consequentemente, desenvolverem fatores de risco como pressão e colesterol alto”, raciocina o médico. “Mesmo assim, eles podem apresentar esses fatores devido ao histórico familiar”, explica.
Em relação aos atletas aposentados, essa “proteção” diminui, segundo Abreu. “Se você praticou esporte há anos de forma regular, isso não vai impedir que você sofra um infarto hoje. Mas, é provável que um ex-atleta profissional mantenha uma vida ativa mesmo depois de se aposentar e, consequentemente, siga se protegendo contra esse quadro”, diz.
O contrário, contudo, também pode acontecer. Abreu observa que há muitos casos de atletas que, após a aposentadoria, seguem com a mesma dieta hipercalórica da época em que praticavam muito exercício, mesmo sem manter o mesmo ritmo de atividade física. Nesses casos, segundo o cardiologista, o risco de encarar problemas cardiovasculares sobe.
Quais os possíveis sinais de um infarto?
De acordo com Abreu, para evitar desfechos fatais, é fundamental que a pessoa que está infartando seja atendida da forma correta e o mais rápido possível. Para isso, é importante conhecer os possíveis sintomas desse quadro, que, segundo o especialista, costumam ser: dor no peito, que pode atingir a mandíbula e o braço esquerdo, mas também dor nos ouvidos, falta de ar, suor frio, palpitações e tontura.