A rede social X, ex-Twitter, bloqueou quatro postagens feitas na plataforma por políticos e partidos indianos, dias antes do início das eleições gerais no país, que terão início na sexta-feira (19). Segundo comunicado, a remoção do conteúdo atendeu ao pedido da Comissão Eleitoral da Índia, que ordenou a medida alegando violação de código de conduta.
“Em cumprimento às ordens, retivemos essas postagens pelo restante do período eleitoral”, disse o X em um comunicado publicado na terça-feira (16).
A Índia, que tem a maior disputa política do mundo – cerca de 969 milhões de pessoas estão aptas a votar, uma população maior que a Europa inteira –, elegerá um novo Parlamento e um novo primeiro-ministro. O país tem uma diretriz que define como partidos e candidatos devem se comportar dentro do período eleitoral.
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As contas que foram bloqueadas são:
- YSR Congress Party (partido político);
- AAP (partido político);
- Nara Chandrababu Naidu (líder da oposição);
- Samrat Choudhary (vice-ministro do partido de situação)
Embora tenha atendido o pedido da Comissão Eleitoral indiana, o X destacou que discorda da decisão e defende a liberdade de expressão, inclusive no discurso político.
“Defendemos que a liberdade de expressão deve se estender a essas publicações e ao discurso político em geral”, diz a publicação.
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Entre as violações de código de conduta apontadas pela comissão indiana estão alegações não verificadas sobre a vida privada de seus oponentes.
Segundo o portal Al Arabiya, a Índia está entre os cinco países do mundo com maior número de pedidos feitos por governos para remover conteúdo do X. No ano passado, um tribunal indiano aplicou uma multa de US$ 61 mil depois que a plataforma contestou, sem sucesso, ordens para remover tuítes e contas críticas ao governo de Narendra Modi, atual primeiro-ministro da Índia.
X no Brasil
O anúncio do X sobre o cumprimento da ordem indiana ocorreu no mesmo dia em que o escritório brasileiro da plataforma disse que cumpriria as ordens judiciais de bloqueio de usuários determinadas pela Justiça.
Dias antes, o dono da plataforma, Elon Musk, havia ameaçado desrespeitar as ordens da Justiça brasileira. Segundo Musk, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, “traiu descarada e repetidamente a Constituição e o povo do Brasil. Ele deveria renunciar ou sofrer impeachment. Vergonha, Alexandre, vergonha”, escreveu em sua conta na plataforma.
Ele também acusou Moraes de censurar a plataforma e afirmou que o STF praticava “censura agressiva” no país, o que parecia “violar a lei e a vontade do povo do Brasil”.