A Câmara dos Deputados fez, na manhã desta terça-feira (26), cerimônia solene em memória da vereadora Marielle Franco, assassinada a tiros em março de 2018 no Rio de Janeiro. Os supostos mandantes do crime foram presos no domingo (24).
No domingo, foram presos o atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro Domingos Brazão, o deputado federal Chiquinho Brazão (expulso do União Brasil) e o ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa. Eles estão presos em casa prisional federal.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) referendou a decisão do ministro Alexandre de Moraes de mandar prender os supostos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco. Após o referendo, Moraes comunicou o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), da decisão de Chiquinho, que é deputado federal. O deputado Darci de Matos foi designado relator do caso e a expectativa é que a CCJ analise seu parecer ainda hoje.
“Um crime que dava para resolver em alguns dias, não é?, questionou Fernanda Chaves, única sobrevivente do atentado que, além de Marielle, também vitimou o seu motorista Anderson Gomes. Ela chamou atenção para velocidade que as investigações tomaram desde o ano passado, com a atuação do governo federal e da Polícia Federal.
Chaves afirmou, ainda, ter ficado surpresa com a prisão de Rivaldo Pereira. Segundo ela, Pereira era uma “autoridade muito grande que depositamos confiança”. “Ele não só atrapalhou como gestou (o crime)”, disse Chaves. “Isso é muito perturbador”, confessou.
O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, e o secretário executivo-adjunto do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Marivaldo Pereira, acompanharam a sessão.
“O assassinato covarde de Marielle e Anderson não foi apenas uma perda para as famílias, amigos, aqueles quer admiravam o trabalho da vereadora e que dividiam a vida com Anderson Gomes, foi uma perda para o Brasil”, afirmou Almeida.